ÁREA DE CONSERVAÇÃO TRANSFRONTEIRIÇA DO ZIMBABWE, MOÇAMBIQUE E ZÂMBIA (ZIMOZA) JÁ É UMA REALIDADE

Acabou a longa espera! A Área de Conservação Transfronteiriça do ZIMOZA que, integra Zimbabwe, Moçambique e Zâmbia, foi hoje formalmente estabelecida. Para o efeito, os Presidentes de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa e da Zâmbia, Hakainde Hichilema, representado pelo seu Ministro do Turismo, Rodney Sikumba, assinaram esta quinta-feira, 18, em Harare, capital do Zimbabwe, o Acordo que sela todas as discussões e estabelece aquela área.

A ACTF do ZIMOZA compreende uma área de 38.435 quilómetros quadrados e abrange no total 10 distritos, sendo cinco do Zimbabwe, dois da Zâmbia e três da Província de Tete em Moçambique, nomeadamente, Zumbo, Mágòe e Cahora Bassa.

 

O estabelecimento daquela área de conservação enquadra-se no Protocolo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) sobre a Conservação da Biodiversidade e Reforço da Fiscalização, que insta os Estados Membros e Parceiros a colaborar e promover a conservação dos recursos de vida selvagem comuns, através do estabelecimento das ACTFs.

 

Na ocasião, o Chefe de Estado moçambicano explicou que, ZIMOZA é o resultado de iniciativas e programas de conservação de recursos naturais baseados na natureza, implementados desde os anos 90, nomeadamente, Tchuma-Tchato em Moçambique, CAMPFIRE no Zimbabwe e ADMADE na Zâmbia, tendo como foco o desenvolvimento, valorização e partilha de conhecimentos com as comunidades locais.

 

Segundo o estadista moçambicano, as comunidades abrangidas passarão a ter ganhos concretos no que tange ao desenvolvimento social e económico e soluções estruturadas em relação a conservação da biodiversidade e ecossistemas sustentáveis.

 

Para o governante moçambicano, o Acordo rubricado constitui um marco importante nos esforços dos três países e da região da SADC que tem vindo a empregar a modalidade transfronteiriça e integração regional na abordagem de assuntos- chave que afectam os países e a região.

 

“O acto que hoje presenciamos testemunha a nossa união por uma causa nobre em prol da preservação da vida e da conservação do ambiente e dos recursos naturais no planeta terra, através de abordagens de paisagens partilhadas, promovendo uma maior integração entre os países.”

 

De acordo com o Presidente Nyusi, o país tem sido um exemplo na promoção do turismo, através da inserção do visto de entrada a cerca de 30 países em todo o mundo.

 

Para além do ZIMOZA, Moçambique faz parte de outras Iniciativas de Conservação Transfronteiriças, nomeadamente, ACTF de Chimanimani (Moçambique e Zimbabwe), ACTF do Grande Limpopo (Moçambique, Zimbabwe e África do Sul), ACTF dos Libombos (Moçambique, Eswatini e África do Sul) e ACTF do Niassa Selous (Moçambique e Tanzânia).

 

A delegação moçambicana que participou na cerimónia de assinatura do Acordo Tripartido integra as titulares dos pelouros da Terra e Ambiente, Cultura e Turismo, Vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Governador e Secretário de Estado na Província de Tete, Embaixador de Moçambique no Zimbábwe, Administradores dos distritos de Mágòe, Zumbo e Cahora Bassa, Director-Geral da Administração Nacional das Áreas de Conservação, Administradora do Parque Nacional de Mágòe, Quadros da Presidência da República e dos Ministérios da Terra e Ambiente, Cultura e Turismo e Negócios Estrangeiros e Cooperação. (x)